quinta-feira, 21 de maio de 2009

Longe


Estive tentando sobreviver.
Estive tentando me deixar envolver totalmente pela objetividade e nunca mais escrever.
Estive tentando me sentir segura e confiante mesmo passando os dias em lugares que não conheço com pessoas que não consigo me lembrar dos nomes.
Estive pensando em nunca mais falar com você.
Quase fui digerida pelo mundo real e posso dizer que foi uma experiência bem interessante.
Quase desapareci e isso foi mais interessante ainda.
Quase me apaixonei, mas isso foi só uma bobagem.
Quase me esqueci do que mais gosto em você, mas até no mundo real você aparece.
Quase morri de medo, mas constatei a tempo que o medo não mata ninguém.
Ontem foi um dia péssimo, senti vontade de te abraçar e chorar de raiva até você me acalmar.
Hoje foi um dia bom e eu me lembrei da tua voz, sorri para algumas pessoas, pensei em definir minhas atividades profissionais e enfrentar um grande desafio.
Hoje o medo foi menor.
Amanhã eu não sei...
Amanhã estarei longe novamente e talvez eu me lembre da tua voz.

6 comentários:

Anônimo disse...

Eu cheguei à conclusáo de que longe pra mim é melhor. Acabei com aquilo, vou sofrer por isso, mas acabei e ironicamente eu já me sinto melhor. Nos sintamos melhor então, assim, de longe.

Quixote disse...

Paula,
Não posso estar longe daquilo que, não habitando em mim, compõe-me, como um braço ou perna...
Ser digerido pelo mundo real e objetividade é um fim que não desejo ao meu maior inimigo...
Saudades...muita saudade...
cuida-te...
"Paulíaco".

Poeta Mauro Rocha disse...

"FARAWAY, SO CLOSE!" Tão longe e tão perto e a vida continua na sua rotina de páginas viradas.

Tenha um ótimo fim de semana.

BJS

Zé, de sobrenome Forner disse...

O tempo é mercurio cromo.
Então, nos curemos!

Monique Frebell disse...

O longe se torna tão perto as vezes...

Mesmo que queiramos sumir, sair de cena, evaporar, a vida insiste em nos levar pro palco pra contracenar com quem nos faz sofrer, com quem nos faz chorar...

Aí vai da nossa atuação, o ser atriz ajuda a camuflar a dor ou a emoção de estar ao lado de quem se quer distância.

A maior distância é aquela que existe dentro de nós, quando não há mais lembrança, nem cobrança, mesmo que o coadjuvante esteja por perto. Sim, coadjuvante, porque protagonista somos nós!!!

Que comece o show!
Bjus!

Bjus!

Dani Santos disse...

Ana!!! Adorei aqui. Tuas palavras expressam uma sensibilidade, uma suavidade mesmo que profundas e por vezes doloridas. Tem uma frase que vi escrita em um muro: o medo é o pior inimigo do homem. Carrego comigo sempre. Bj Bj.